#TipoCiência

Profundezas do Oceano

Pesquisadores da Univali, em Itajaí, estão desenvolvendo uma pesquisa inédita no Brasil e uma das poucas que se tem notícia no mundo. Eles colhem materiais nas profundezas do oceano para estudar comunidades microbianas que tenham potencial para o desenvolvimento de novos medicamentos. O projeto, aprovado pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), trabalha para a descoberta de bioativos anticâncer e antibióticos.

Diabete

Doença bastante comum, a diabetes pode levar a diversas complicações de saúde quando não tratada, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, doença renal crônica e gangrena. Outra consequência frequente é a retinopatia diabética, que pode acometer pacientes adultos com diabetes tipo 1 e 2, causando uma grave deficiência visual e até cegueira. O risco de perder a visão é 25 vezes maior entre quem tem a glicemia fora de controle. Neste caso, o diagnóstico precoce é fundamental. Por isso, um programa de computador foi desenvolvido em Santa Catarina para auxiliar os profissionais de saúde.

Manifestações Culturais

Santa Catarina tem hoje 21 comunidades de remanescentes de quilombos. São quase 5 mil pessoas que fazem parte fundamental da história catarinense. No início do Século 19, por exemplo, em Florianópolis a população escravizada era de um a cada quatro moradores. Os escravos ainda eram mão de obra em cidades como Lages, São Francisco do Sul e Laguna – onde o número deles cresceu a partir da metade do século, ao contrário da queda que se notou no antigo Desterro. Resgatar este passado e difundir a contribuição dos negros para construção cultural e econômica no Estado são objetivos do Museu Virtual Afro-Brasil-Sul, um projeto científico antirracista vinculado à Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).

Biobanco

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte no Brasil e, graças ao trabalho científico, Santa Catarina é referência nacional em prevenção. É aqui no Estado o único Biobanco do país, ligado à Univille. Desde 2012 os pesquisadores investigam fatores que predispõem ao risco de AVC, reunindo amostras de DNA de 8 mil pacientes. Esta experiência na área credenciou os cientistas catarinenses a participarem de um estudo internacional com 200 mil vítimas de AVC e mais 2 milhões de pessoas que não tiveram a doença, mas que convivem com os pacientes e estão expostos aos mesmos fatores.

Peixes

A construção de uma hidrelétrica, a pesca predatória e a poluição representam grandes ameaças a espécies nativas de peixes do Rio Uruguai, no Oeste catarinense. Para evitar que algumas desaparecessem de vez, o Projeto Piraqué (Projeto de Preservação dos Peixes Migradores do Rio Uruguai) foi criado pelo Instituto Goio-En, em parceria com a Unochapecó.

Sustentabilidade

Ter práticas comercialmente consideradas sustentáveis não basta para uma indústria reduzir o impacto que a sua produção tem na comunidade onde está inserida. Produzir bens rotulados como ecologicamente corretos, mas continuar enviando toneladas de resíduos para aterros atesta este tipo de prática ainda comum. É preciso que os produtos, além de serem sustentáveis, sejam duráveis para que não haja a necessidade de aumento de consumo de novos itens ou gasto de recursos com reciclagem, por exemplo. O princípio da perpetuação é o que norteia um projeto desenvolvido dentro do laboratório de Engenharia Civil da Uniplac, a Universidade do Planalto Catarinense, em Lages.

Povos Indígenas

Santa Catarina tem cerca de 16 mil indígenas, entre Kaingang, Guarani e Xokleng. Muito diferentes entre si, eles são fundamentais para a história do povo catarinense. E, ao contrário do que pode supor o senso comum, aqui as mulheres se destacam na luta por direitos. Entre o Povo Kaingang, por exemplo, a atuação das lideranças femininas foi fundamental para a demarcação de toda uma área indígena em Chapecó. Um documentário produzido com verba do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura registra a história oral deste povo.

Tomates

Mais tomate orgânico no prato do catarinense e mais sustentabilidade nas lavouras do Estado. Esses são os objetivos do trabalho de pesquisa e tecnologia catarinense desenvolvido pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), que ganhou o simpático nome de Tomatorg. Dentro do projeto, duas frentes são desenvolvidas paralelamente: a criação de uma espécie de tomate mais resistente naturalmente a pragas e, portanto, com maior produtividade; e a formação de agricultoras do Estado para o cultivo do tomate orgânico.

Fenômenos Meteorológicos

Um Estado que sofre com o impacto dos fenômenos climáticos precisa investir em prevenção, certo? Só a região do Vale do Itajaí soma pelo menos 95 enchentes nos últimos 172 anos. Sem falar nos deslizamentos que destroem casas, nos ciclones que atrapalham as atividades no mar, na geada que prejudica a vida no campo e até na seca que compromete o abastecimento. É aí que entra a tecnologia: a rede de monitoramento por estações meteorológicas automáticas de Santa Catarina é a maior de todo o Brasil.

Pós-COVID-19

O auge da pandemia passou, mas pesquisadores catarinenses apontam que 67% das pessoas que contraíram a forma mais aguda do coronavírus ainda precisam de reabilitação. E é graças à Ciência que a maioria pode se recuperar completamente. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu um protocolo de oito semanas para tratar pessoas com problemas respiratórios pós-Covid. Até o momento, o estudo aplicado aponta 90% de eficácia.